uma pequena aldeia de adobe e tectos de colmo, agachada em torno de uma velha igreja, meio arruinada, findando por uma taberna, que estendia por cima do caminho o seu ramo de louro, preso na ponta de um pau. Gil desmontava aí, fatigado; havia sempre algum frade mendicante, de aspecto torvo, bebendo o seu pichel de vinho, ou dois mesteirais errantes jogando os dados sobre um toro de carvalho: e a taberna, os homens, toda a aldeia em redor, eram tão tristes, tão rudes, que Gil tornava a partir, preferindo dormir à beira da estrada, sob a luz das grandes estrelas de Verão, junto de uma fogueira que acendiam, por causa dos lobos.
Outras vezes, caminhando na planície, avistavam num alto de colina, entre rochas, um negro, severo castelo: para lá trepavam; e depois de longas vezes tocarem a buzina, aparecia entre as ameias algum velho servo, que gritava para baixo, num tom rouco: «Ninguém está, e ninguém entra». Nas ermidas que topavam, encravadas entre fragas, os ermitões pareciam entontecidos pela velhice ou pela penitência, recusavam abrigo aos cavaleiros, ou fugiam para o alto do monte: – e nunca nestas ermidas havia cruz ou imagem santa. Longos dias tinham passado sem que encontrassem uma capela, um cruzeiro, onde ajoelhassem, dissessem as suas rezas. O pão que por vezes compravam nalguma