aos mimos melhores da fornalha e da adega, agora, desde que naquele fresco prado se estendera ao lado do Senhor de Astorga, só pensava nos regalos da boa merenda! Ao enterrar a faca aguda no peito da perdiz, sorria, com os beiços lustrosos, como um frade guloso: – e quando Harbrico lhe deitou na vasta taça de prata um vinho gelado que espumava, a sua mão de cavaleiro tremia de gozo e gula. O Senhor de Astorga apenas colheu alguns bagos de uva. Mas que rijo beber! Rejeitando as taças, agarrava com a sua vasta mão cabeluda os garrafões, e, de um trago breve e ansioso, os despejava, sem que na sua barba ardente restasse um brilho de humidade. E, no entanto, cuidava da satisfação de Gil.
– Provai daquele empadão de Alsácia... Aquela pimenta amarela vem das pimenteiras do Papa...
Depois, estendendo mais na relva as suas longas pernas, calçadas de botas negras:
– Há na verdade horas doces na vida! –observou. – Que melhor alegria que uma boa merenda, com esta frescura de vinhos, por uma sesta quente de Agosto, entre esta bela verdura!
– Grande razão tendes, Senhor de Astorga! – exclamou D. Gil, cujos olhos resplandeciam. E que esvaziara um copo de vinho de Chipre. – E depois de tão feia jornada, como venho