na oposição às Tulherias. O que eu conspirei! Jesus, o que eu conspirei! O meu desejo era filiar-me na Internacional! E lembra-me que uma noite, a propósito de não sei que novo escândalo do Império, achando-nos uns poucos no Martinho, em torno de um café, exclamámos todos, pálidos de furor, cerrando os punhos:
– Isto não pode ser! Já sofremos bastante. É necessário barricadas, é necessário descer à rua!
Descer à rua, era a ameaça terrível. E descemos o degrau do Martinho! Depois, na rua, sob o quente luar de Julho, ouvindo os foguetes para os lados do Passeio Público, voltámos para lá os passos frementes – porque um de nós, o mais exaltado, encontrava lá uma certa senhora, em noites de fogo preso. Ah mocidade, mocidade, incomparável encanto! Onde estão os entusiasmos de então, a santa palidez que nos cobria a face ante o espectáculo da injustiça, e a doçura que encontrávamos nos luares de Maio, e os foguetes alegres do Passeio?
Enquanto à Política propriamente portuguesa, escuso dizer que nenhum de nós verdadeiramente sabia se o regime que nos governava era a Constituição ou o Absolutismo. De tais detalhes portugueses não curavam os filhos de Danton. E enquanto às divisões parlamentares de Regeneradores, Históricos, Reformistas, nem sequer as suspeitávamos, nós que