talvez aqueles que nós pudéssemos com mais utilidade imitar, são os muito simpáticos e estimáveis Verne e Boisgobey, que ao menos, com suas viagens, as suas intrigas, são um encanto providencial das crianças e dos convalescentes.
Na poesia francesa, tão admirada entre nós, a decadência é maior. Os Franceses nunca foram poetas, e a expressão natural do génio francês é a prosa. Sem profunda, religiosa, ardente emoção, não há poesia; e a França não se comove, permanecendo sempre num razoável equilíbrio de sentimento e de razão, bem senhora da sua clara inteligência. Os clássicos da poesia francesa, Mathurin Regnier, Boileau, La Fontaine, são justamente os homens de bom senso, de fria crítica, de honesta moral. Os bons conhecedores da poesia, em França, admiram sobretudo os poetas, quando eles têm em alto conceito estas qualidades superiores, que são, na realidade, qualidades de prosa. A limpidez nobre de Racine, a graça subtil de La Fontaine, serão o encanto eterno da França. Vítor Hugo, com o seu violento voo lírico, com o esplendor do seu verbo, teve a admiração, mas nunca teve a estima literária da França. E hoje os poetas mais estimados de França são-no ainda por qualidades que pertencem à prosa – Coppée, pela sua facilidade clara e breve, Leconte de Lisle, pela sua majestade lapidar. A poesia francesa