são alexandrinos em prosa. Baudelaire escrevia primeiro em prosa os seus poemas.
Nunca a França teve um só poeta comparável aos poetas ingleses, a Burns, a Shelley, a Byron, a Keats, homens de emoção e de paixão, tão poéticos como os seus poemas; e hoje, que poeta há em França que se possa pôr ao lado de Tennyson, de Browning, de Rossetti, de Matthew Arnold, de Edwin Arnold, de Austin, etc.? Um só poeta francês teve a emoção: Musset. Colocado no centro do Romantismo, abalado por largas correntes de emoção, que vinham de Inglaterra e da Alemanha, dotado de uma exaltação natural, apaixonado, ardente, inspirado, este francês singular sofreu, e cantou como sofreu; e, conservando-se francês, foi profundamente humano. Mas a França culta, literária, muito tempo se recusou a ver nele um grande poeta. Diz Paulo de Musset, que, quando apareceram, na Revista dos Dois Mundos, as Estâncias à Malibran, As Noites, os verdadeiros homens cultos permaneceram frios! Como havia, porém, naquela poesia, e expressas sinceramente, coisas que são eternas, a mocidade, o amor, a voluptuosidade, a dor – a França, pouco a pouco, foi atraída para aquele canto vivo e doloroso. A simpatia das mulheres venceu a resistência dos críticos. Musset, hoje, é oficialmente um grande poeta, mas nunca veio a ser um clássico. E a França conserva diante dele