A cerejeira na horta estava coberta de cerejas: o lenhador outra vez trabalhava nos soutos, desde o cantar da calhandra: - e a viúva de um carvoeiro da mata vinha, todos os dias, cuidar da cabana e guardar Cristóvão. Era uma velha muito magra e sombria, que surdia de entre os pinheiros, encostada a um bordão, acompanhada por um gato negro. Nos primeiros dias, a cada passo, agachada sobre o lume, ou fiando à porta, voltava para os membros imensos de Cristóvão com inquietação os seus olhinhos luzidios, que os grossos pêlos das sobrancelhas cobriam. Aquele ser disforme, que o pai chamava “o menininho”, e que ela vinha guardar, enchia-a de espanto, quando erguia até à boca o enorme cântaro cheio de água, ou tapava toda a porta da horta, parado, a chupar