Durante um ano viveu na serra. E pouco a pouco, naquela solidão, longe de toda a vida humana, ele quase perdeu a sua humanidade, e foi como um pedaço da montanha que o cercava. Sentado durante dias, imóvel, os seus grossos membros broncos não se distinguiam das rochas: o mesmo vendaval esguedelhava-lhe os cabelos e as ramarias das árvores: e a sua voz, quando se erguia, confundia-se com rugir das torrentes. As feras não tinham medo dele; as aves pousavam sobre os seus braços como sobre os troncos dobrados. A serra era solitária. Outrora vivera lá um ermita, mas as penitência tinham-no extenuado. Um anjo descera a buscá-lo, e a cabana que ele habitava desfizera-se, prancha a prancha, sob os chuveiros de Inverno. Durante um ano Cristóvão