e as nuvens dos céus, e a água que fugia cantando.
No entanto Alfredo e sua bem amada vinham repousar, sentados numa pedra. Ele olhava a fímbria do seu vestido, ou segurava os seus dedos delicados, que arrancavam uma a uma as folhas dos malmequeres. Por vezes ele colhia um ramo; ou apanhando o livro dela, que caíra a seus pés, voltava as folhas; ela debruçava-se, e os fios soltos dos seus cabelos roçavam os ombros de Alfredo; e muitas vezes assim se esqueciam, com os olhos postos na mesma página que não voltavam, corados, com o peito a arfar.
Mas um dia que ambos passeavam longe, ao fundo dos pinheirais, com os ombros juntos, Cristóvão ousou tocar o livro, esquecido sobre uma pedra, e com os seus grossos dedos voltar as folhas. Eram linhas negras que não compreendia; mas uma emoção tomou-o diante das imagens cheias de cor. Parecia ser uma história – e começava por uma criancinha, que num curral, entre uma vaca e uma jumenta, sorria, toucada de estrelas, nos joelhos de uma mulher pálida. Depois a mesma criança, já maior, e sempre coroada de estrelas, falava diante de um grupo de velhos barbudos, que espalmavam as mãos com espanto. Quem era esse, pois, que, tão novo, assombrava a velhice sapiente? Mais longe os dedos de Cristóvão,