soldado mais sofredor e mais firme que um filho de Adão.

Ora estes grandes duelos de artilharia, exigem no soldado outras qualidades além da coragem: exigem sobretudo, nos estados-maiores, a estratégia como uma ciência. Os nossos generais não têm ciência: tiveram outrora, na mocidade, bravura e pulso: depois veio a idade: perderam a força quando ela na verdade já não era necessária, mas não ganharam a ciência, quando ela é indispensável.

Os regimentos não têm instrução. Não têm o hábito do acampamento, da fadiga, das marchas. Não têm pontaria. A disciplina está relaxada; não há respeito, nem subordinação. Não existe mesmo espírito militar, brio de quartel, amor da arma. O soldado vive na cidade, numa indolência de paisano: fuma, namora, canta o fado: é um camponês que procura sofrer a farda cinco anos — o mais alegremente possível.

Não servindo o exército para a guerra — podia naturalmente servir para a polícia.

Mas não serve. Nas cidades de segunda ordem os regimentos vivem ociosos. Pois nessas cidades não há patrulhas, nem rondas, nem sentinelas: as ruas estreitas, sujas, mal alumiadas, são um terreno livre à desordem.

Nada mais natural que aproveitar os vagares do