fatal desastre que findou a sua existência, ele, adivinhando talvez que tinha de morrer em breve, quis dar-me uma lembrança da sua amizade.
"Sr. Henrique, me disse ele, peço-lhe que aceite este objeto, a que eu dou um apreço imenso, e por isso vô-lo ofereço"...
Henrique Dugarbon meteu dois dedos em um bolso, tirou uma mãozinha de coral inteiramente igual à que lhe entregara Otávio e, apresentando-a ao menino, disse:
— Aqui está o que ele me deu... O bom homem amava este objeto porque lhe recordava uma filha que tinha em S. João do Príncipe, com sua mulher. Essa menina chamava-se Rosalina e a inicial do seu nome estava riscada sobre o fragmento de coral querido do seu pai, que lhe dera um brinco semelhante, tendo também riscado a inicial do nome dele.
Estas cousas me foram referidas pelo meu pobre amigo ao fazer-me entrega desta mãozinha de coral. Agora, vê...
Ele chamava-se Antônio... eis aqui a letra A riscada no objeto que te deram. A sua filhinha chamava-se Rosalina... R é a letra que tem a lembrança que me deu o dedicado Antônio... Rosalina é também o nome da criança que vimos em casa do subdelegado!
— Sim, meu pai! Ela disse-me que se chamava Rosalina!
— Otávio, aquela criança é tua irmã!... Eu sou seu pai ante a minha consciência! O pobre Antônio, sacrificando-se por mim, confiou-ma sem o declarar. Eu devo ser agora seu pai.