Quando acabou de falar, Henrique Dugarbon, bastante comovido, pareceu refletir por um momento e, voltando-se para o amigo, que de parte assistira, sem entender, o diálogo dos dons estrangeiros, travado em francês, pediu-lhe em português, que desse informações acerca da mãe da protegida do subdelegado.
Soube que, havia bastante tempo, uma espécie de mendiga exalara o derradeiro suspiro nos braços da miséria, deixando ao desamparo uma filhinha, que Eustáquio de... acolhera. Contou então ao seu informante a história do fim trágico que levara o pai da orfãzinha.
— Se não fosse o Sr. Eustáquio, observou Otávio, a pobre menina estaria tão abandonada, coitadinha!...
Esta observação de Otávio atraiu o pensamento do viajante francês para as condições em que se achava Rosalina. Henrique estava pronto para consagrar àquela criança uma dedicação toda paternal... Rosalina encontrara generosos protetores, mas . . quem sabe se não careceria ela alguma vez de proteção mais forte?... Os benfeitores da menina tinham um inimigo talvez terrível... Cumpria pois que ele, Henrique Dugarbon por amor de Rosalina se armasse para defendê-los. Ocorreu-lhe a idéia de suspender por algum tempo as suas excursões e entregar-se a essa defesa; a vida sedentária, porém, não convinha à sua natureza. Depois de haver obtido do amigo em cuja casa ia deixar o seu filho Otávio a promessa de que empregaria todos os meios ao seu alcance para afastar os perigos que ameaçassem a família do subdelegado Eustáquio. ele