— Isto não é nada!... Um fragmento de vidro tocou-me a testa.

— Que vidro, padre Jorge?...

— Uma das vidraças da sala foi despedaçada por algumas balas. Vem ver!

Eustáquio lançou um olhar à porta da cozinha e, vendo-a solidamente trancada, voltou com o amigo para a sala principal.

Branca, tendo ouvido chorar o seu filhinho, que os tiros tinham acordado, recolhera-se à alcova juntamente com Rosalina e fora acalentar a criança.

No roseiral repetiam-se detonações e gritos.

Uma luta terrível parecia ter lugar aí. Como dissera o padre Jorge, uma das vidraças da sala fora quebrada por alguns projéteis perdidos. Os dous amigos precipitaram-se para ela, que estava menos longe deles, e, sem receio de se cortarem, enfiaram a cabeça pelos caixilhos, que sustentavam ainda agudas pontas de vidro.

A vista do roseiral era de aterrar. Uma fumaça escura se enovelava pelas roseiras, espalhando forte cheiro de pólvora. No chão estavam estendidos três mortos. Dois paraenses e Ruperto haviam já sucumbido. Um dos indivíduos ultimamente engajados jazia ferido junto de uma estaca. Dos outros defensores de Eustáquio um, paraense, desaparecera e os restantes combatiam.

Eustáquio e o padre Jorge, petrificados de espanto, viram sem compreender o verdadeiro* dos paraenses cercado por três homens, de catadura inflamada pela raiva