— Tem medo, mamãe? perguntou ela concedendo à esposa de Eustáquio esse doce epíteto.
— Na verdade, Rosalina, sinto-me, não sei porque, atemorizada... aqueles acontecimentos... a ausência de meu marido... tenho apreensões horríveis...
Nesta ocasião, apresentou-se Silvano em uma das portas interiores, que dava entrada para um corredor, algum tanto enfumaçado pelos vapores da cozinha que ficava na sua extremidade.
Branca acenou-lhe para que fosse saber quem batera. O preto abriu mui cautelosamente a porta, depois de alguns instantes fechou-a e, rindo-se da sua extrema prudência, anunciou dois viajantes.
A senhora, tranqüilizada, disse:
— Convide-os a entrarem.
Abriu-se de novo a porta, e dois indivíduos se mostraram sobre a soleira.
Um deles era um homem alto, cheio de corpo, de porte sereno mas intrépido, cuja boca desaparecia, encoberta por dois bigodes louros que formavam a base de respeitável nariz, verdadeira pirâmide do Egito. Trajava de viajante trazendo a tiracolo uma espingarda.
O outro era um rapazinho de dez ou doze anos. Tinha o rosto, de beleza pouco vulgar aos do seu sexo, aureolado de cabelos de ouro, tendo seus olhos um tom de atrevimento superior a sua idade.
Estava vestido como o companheiro, possuindo como ele uma boa espingarda.
Os recém-chegados e a dona da casa trocaram os cumprimentos.