havia um crucifixo de madeira negra. Beijou-o respeitosamente e veio reunir-se aos companheiros de Eustáquio.

Deixaram todos a casinha do padre, que talvez a ela não volvesse.

Ainda os lampejos alvacentos da madrugada não se irradiavam pelo nascente. Era noute ainda.

Antes de sair da povoação, um grupo de trabalhadores passou por diante de Eustáquio e dos seus, saudando respeitosamente com os chapéus ao padre Jorge e ao esposo de Branca. Eram quatro rústicos, em trajos grosseiros, que levavam ao ombro instrumentos de lavoura.

O padre Jorge aconselhou a Eustáquio que engajasse mais aqueles homens. Eustáquio não trepidou. Tratou-se, sem regateio, a recompensa, seguindo os exploradores com o novo reforço pela picada acima.

Avizinhava-se o roseiral de Eustáquio.

A lua, vermelha como a lanterna sangrenta de algum gemo das trevas, avançava tristonha pelos céus além. A atmosfera, tristemente nublada, mal coava uma frouxa claridade que dava a tudo uma feição fantástica. À base da montanha que parecia envolta em um manto de gaze cinzenta, repousava silenciosa a casa branca do ex-subdelegado como uma tímida pomba abrigada nas fendas de algum penhasco.

Por sobre ela, em certos lugares escalvados da encosta da montanha, escorregavam filetes d'água brilhando como prata.

Este quadro lúgubre veio encher de ligeiro pavor o ânimo atribulado de Eustáquio.