— Ei-la! – exclamaram a um tempo ambos eles, e o que era amante, o que sentia no coração referver-lhe um amor estremecido, ajoelhou ante a bela desgraçada, e tomando-a nos braços, exclamou:

— Úrsula!... Úrsula!...

Então essa mulher, que no excesso de sua aflição ele julgara morta, reanimando-se pouco e pouco ao contato de seu corpo, desatou um gemido profundo e dolorido.

— Louvado seja o Senhor Deus! – exclamou Tancredo, a quem sem dúvida já o benigno leitor terá reconhecido.

— Sim, – ajuntou Túlio – bendito seja o Senhor, que protege a inocência! Ela vive, senhor, e será vossa.

— É verdade – disse o jovem Tancredo, estreitando em seus braços a mulher de suas afeições. – Oh! Túlio, quanto sou feliz... Ela vive para mim! – E de novo chegou-a ao coração.

— O tempo urge, – observou Túlio, que menos embevecido que o cavaleiro, receava talvez algum funesto acontecimento – é preciso, senhor, partir incontinente.

— Tens razão, Túlio; mas Úrsula está tão debilitada, que receio não possa suportar as fadigas de uma viagem, que, demais, não pode ser vagarosa.

— É possível que torne a desmaiar, ou que este desmaio, que ora está a terminar, se prolongue muito; mas, senhor, os vossos cuidados revocá-la-ão à vida. Lembrai-vos do que nos disse mãe Susana.

— Sim, – tornou Tancredo – mas supões, Túlio, que eu trema com a lembrança desse homem? Não. Eu só receio que o estado de saúde desta infeliz menina piore,