Tancredo amava apaixonadamente a essa menina de olhar meigo e arrebatador; Túlio tinha-a visto no berço, e a sua afeição para com ela era profunda e desinteressada.
Entretanto, tinham já percorrido longo espaço, quando duas estradas se lhes apresentaram à vista.
— Agora – disse Túlio – tomemos a estrada de Santa Cruz; é a que devemos preferir. Daqui à casa de minha senhora temos só meia légua, e a outra dar-nos-á mais que o dobro.
— Louvado seja Deus! – exclamou o mancebo com alegre reconhecimento. – Tomemos a estrada de Santa Cruz. E meteram os cavalos a galope.
— É tão somente para satisfazer a vossa impaciência – tornou Túlio – que propus essa estrada com preferência à outra; ao contrário...
— Por quê? – interrompeu o mancebo ingenuamente.
— Por quê! – repetiu Túlio – porque eu havia prometido a mim mesmo, e às cinzas de minha mãe, nunca mais trilhar esta maldita estrada: porque sentirei pungentes e tristes recordações ao passar pela fazenda de Santa Cruz.
— Espera, – interrogou Tancredo – parece-me que já ouvi falar desse nome. A quem pertence essa fazenda?
— Ao comendador P. – respondeu Túlio gravemente.
— É verdade – tornou o cavaleiro – É do irmão da senhora Luísa B.
— Sim, – prosseguiu o negro com voz amarga. – é desse homem de sangue, dessa fera indômita. Oh! Vós não conheceis o comendador, e vossa alma generosa