— Susana! – bradou Fernando assim que a viu.
— O senhor comendador!... – murmurou a negra, recuando assustada.
Fernando entrou e dirigiu-se à sala, e depois de ter-se atirado sobre uma cadeira, e investigado com um olhar melancólico aqueles lugares, que lhe recordavam a única afeição sincera que havia tido, chamou Susana.
Esta, aflita e angustiada; com os braços cruzados sobre o peito, e a cabeça inclinada para o chão acudiu ao seu chamado.
— Onde está Úrsula? – perguntou com voz alterada.
Susana estremeceu involuntariamente. Úrsula tinha saído à tarde e ainda ela a esperava com ânsia. Achá-la-ia Tancredo? Fugiriam juntos? O que lhe teria acontecido? Apesar de seus receios respondeu com segurança:
— Saiu à tarde, meu senhor, e disse-me que ia orar ao cemitério.
— Úrsula saiu só, e foi até Santa Cruz sem a companhia de alguém? – interrogou o comendador com sinistra incredulidade.
— Só, meu senhor – tornou a negra.
— Mentes! – bradou com voz de trovão.
Levantou-se com ímpeto, e como um tigre que se arremessa à presa ia cair sobre a infeliz Susana, quando o sacerdote, até então testemunha muda dessa cena, lhe disse:
— Prudência, filho! Por que vos encolerizais contra essa mísera velha? Mandai primeiro que tudo a Santa Cruz, e talvez lá seja possível encontrá-la. Sua dor era tão profunda, que minhas consolações tornaram-