nascidas do íntimo do peito, pungentes, como toda a minha existência, não vos podem ofender. Arranca-as, senhor, dos abismos da minha alma a agonia lenta, que nela tem gerado o desprezo e o desamor com que me tendes tratado!
E extenuada por tamanho esforço e pela dor não pôde continuar.
E meu pai ouvia em silêncio: quando ela terminou suas magoadas expressões, ele, com tom seco e firme, tão estranho aos queixumes da esposa, como se os não ouvira, exclamou:
— Ide-vos! – e acrescentou no mesmo tom – Dizei a vosso filho que a vontade de seu pai não a domastes vós, e ninguém o conseguirá.
— E nem uma palavra de esperança?... – soluçou minha infeliz mãe.
— Ide-vos – tornou-lhe o endurecido esposo.
Ela obedeceu.