HENRIQUE – Pois se não nos virmos mais, conta que aqui tens um amigo. ERNESTO – Eu te escreverei. HENRIQUE – Se é por simples atenção, não tomes esse incômodo; escreve-me quando precisares de qualquer coisa. ERNESTO – Ora, graças a ti, estou livre de uma grande inquietação!... Mas quero confessar-te uma injustiça que cometi para contigo, e de que me acuso. HENRIQUE – Como assim? ERNESTO – Quando vi os moços aqui da corte, com seu ar de pouco caso, julguei que não passavam de espíritos levianos! Hoje reconheço que sob essa aparência frívola, há merecimento real e muita nobreza de caráter. Tu és um exemplo. A princípio, desculpa, mas tomei-te por um sujeito que especulava sobre a amizade para a emissão de bilhetes de benefício e de poesias inéditas! HENRIQUE (rindo-se) – E mais é que às vezes assim é necessário! Não podemos recusar certos pedidos!.
===CENA