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V===

Os mesmos, CUSTÓDIO

CUSTÓDIO (na porta) – Muito bons dias tenham todos nesta casa. ERNESTO (a HENRIQUE) – Oh! Aí vem o nosso compadre como seu eterno que há de novo. (A CUSTÓDIO) Bom dia, Sr. Custódio, como vai? CUSTÓDIO (desce) – Bem, obrigado! Vai-se arrastando a vida enquanto Deus é servido. (Aperta-lhe a mão) Que há de novo? ERNESTO (rindo) – Tudo é velho; ali estão os jornais, mas não trazem coisas de importância. CUSTÓDIO – Conforme o costume. (Voltando a HENRIQUE) Tem passado bem? Que há... HENRIQUE – Nada, Sr. Custódio, nada absolutamente. (CUSTÓDIO vai sentar-se à mesa e lê os jornais.) ERNESTO (a HENRIQUE) – Nas províncias não se encontra essa casta de bípedes implumes, que vivem absorvidos com a política, esperando antes de morrer ver realizada uma espécie de governo que sonharam