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VERSOS DA MOCIDADE


Sobre teu dorso movediço corre
Nossa vida selvajem, repartida
Entre o furor sangrento das batalhas
E os descuidos da paz no mar varrido;
Entre o raivar dos temporais desfeitos
E o preguiçar das longas calmarias...
E sempre, á vista de infinitos ermos,
O imenso orgulho de sentir-nos fortes,
O altivo gosto de saber-nos livres...

Certo não podes tu, mizero escravo
Que empalideces ante o horror das ondas
Batidas do tufão; nem tu, por certo,
Crapulozo fidalgo esmorecido
Ao pezo das orjías; — compreendel-as
As emoções com que sacodem a alma
Os perigos da luta; nem sentil-o,
O capitozo encanto desta vida
Passada entre as procelas rugidoras
Nas brutas contorções do mar sanhudo...

Aos caprichos do vento entregue o rumo,
Velas abertas como grandes azas,
Proa cortando as aguas em tumulto,