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ARDENTIAS
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Assim vogamos, nómades e livres,
Pela infinita solidão dos mares
— Chão movediço onde nem ficam pégadas...

Que é que buscamos? O perigo e a luta;
O estrondo, o fumo, a gloria das batalhas,
O sibilar sinistro dos pelouros,
O coriscar das laminas de espada;
E os grandes golpes de que o sangue espirra,
E sobre os ais planjentes dos que morrem
O trovejar dos cantos de vitoria!

A morte, vista frente a frente, a meio
Da aceza furia do combate, certo
Assusta o mole coração dos fracos,
Descóra o rosto anciozo do cobarde...
A nós, porém, aviva o sangue e os olhos,
Enrija o coração, dá força ao braço.

Não tememos a morte que afrontamos
Cantando e rindo no fragor da luta,
Lutando a braços com o furor das ondas.