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SOBRE UMA CRIANÇA MORTA
Entregaram-te emfim á paz do cemiterio,
Deitaram-te na cova o corpo delicado,
E a funda escuridão do funebre misterio
Sorveu-te para sempre, ó lirio desfolhado!
Agora, na humidade asperrima do solo,
Terás, para abrigar-te o derradeiro sono,
Em vez do olhar materno e do materno colo
A solidão sem fim do supremo abandono.
E lá ir-te-ão roçar a alvissima epiderme
E, roendo-te a carne, apodrecer-te os ossos,
O contato voraz das larvas e dos vermes,
E as negras podridões dos charcos e dos poços.