E, emquanto na funerea escuridão dormires,
A terra hade sorrir nas espansões da flóra,
Hão de enfaixar o ceu as côres do arco-iris,
E o sol hade fuljir nas purpuras da aurora.
E tu... não mais irás colher pelos caminhos
A rubra flor aberta á madrugada, e á ave
Não mais imitarão a muzica dos ninhos
As claras vibrações de tua voz suave.
Amanhã tu serás o lodo de um monturo,
Uma caveira a rir um rizo de idiota,
E surjirás no limo, e has de ser verme impuro,
E has de vir na herva má que a sepultura brota...
Embora! Terás sempre a alvura do alabastro
A’ vista espiritual de uma iluzão materna:
Ah, para tua mãi tu serás sempre um astro
Refuljindo no azul de uma saudade eterna.
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