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VERSOS DA MOCIDADE
E eu, misera que sou! da sombra em que desvivo,
Para mal entrever, remoto e fugitivo,
Num cantinho de ceu um vislumbre de aurora,
Sonho, dezejo, anceio — á espera que a folhajem
Se entreabra num bafejo inconstante de arajem.
Aves que ergueis o vôo errante ceus em fóra,
Vós, livres dos grilhões de hastes e de raizes,
Que adejais gorjeando, afoutas e felizes;
— Da sombra do meu ermo e do chão do meu brejo,
Prizioneira e infeliz, aves, eu vos invejo!
Se eu pudesse voar... voar!...