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epodo a este cançado corredor de Villa-nova. É um barco serio e sizudo que se não mette n’essas andanças.

Assim vamos de todo o nosso vagar contemplando este majestoso e pittoresco amphitheatro de Lisboa oriental, que é, vista de fóra, a mais bella e grandiosa parte da cidade, a mais characteristica, e onde, aqui e alli, algumas raras feições se percebem, ou mais exactamente se adivinham, da nossa velha e boa Lisboa das chronicas. Da Fundição para baixo tudo é prosaico e burguez, chato, vulgar e semsabor como um periodo da Deducção Chronologica, aqui e alli assoprado n’uma tentativa ao grandioso do mau gôsto, como alguma oitava menos rasteira do Oriente.

Assim o povo, que tem sempre melhor gôsto e mais puro do que essa escuma descórada que anda ao decima das populações, e que se chama a si mesma por excellencia a Sociedade, os seus passeios favoritos são a Madre-de-Deus e o Beato e Xabregas e Marvilla e as hortas de Chellas. A um lado a immensa majestade do Tejo em sua maior extensão e podêr, que alli mais parece um pequeno mar mediterraneo; do outro a