Joanninha que, pouco a pouco, se habituára
áquelle viver de perigos e incertezas, de dia
para dia lhe ia crescendo o ânimo, aguerrindo-se.
Tudo se affazia áquelle estado: até os rouxinoes
tinham voltado aos loureiros d’aopé da casa,
e como que disciplinados obedeciam aos toques
d’alvorada e de retreta, accompanhando-os de seu
cantar animado e vibrante.
A essas horas Joanninha era certa em sua janella — n’aquella antiga e elegante janella renascença de que primeiro nos namorámos, leitor amigo, ainda antes de a conhecer a ella. Alli a viam as vedetas de ambos os exercitos, alli se acostumaram a vê-la com o nascer e o pôr do sol: alli, muda e quêda horas esquecidas, escutava ella o vago cantar dos seus rouxinoes, talvez absorta em mais vagos pensamentos ainda...
E d’alli lhe pozeram o nome da ’menina dos rouxinoes’, pelo qual era conhecida em ambos os campos: significante e poetico appellido com que a saudavam os soldados de ambas as bandeiras!
E uns e outros respeitavam e adoravam a menina dos rouxinoes. Entre uns e outros por tacita