campo arruinadas, tudo indicava as vizinhanças
de uma grande povoação descahida e desamparada.
O mais bello comtudo de seus ornatos e glórias
suburbanas, ainda o possue a nobre villa,
não lh’o destruiram de todo; são os seus olivaes.
Os olivaes de Santarem cuja riqueza e formosura
proverbial é uma das nossas crenças populares
mais geraes e mais queridas!.. os olivaes de
Santarem lá estão ainda. Reconheceu-os o meu
coração e alegrou-se de os ver; saudei n’elles o
symbolo patriarchal de nossa antiga existencia.
N’aquelles troncos velhos e coroados de verdura,
figurou-se-me ver, como nas selvas incantadas do
Tasso, as venerandas imagens de nossos passados;
e no murmurio das folhas que o vento agitava a
espaços, ouvir o triste suspirar de seus lamentos
pela vergonhosa degeneração dos netos...
Estragado como os outros, profanado como todos, o olival de Santarem é ainda um monumento.
Os povos do meio-dia, infelizmente, não professam com o mesmo respeito e austeridade aquella religião dos bosques, tam sagrada para as nações do norte. Os olivaes de Santarem são excepção: