Não te patenteias? Interessa-te por Petrópolis, homem!... Insignificantes, embora, merecem atenção as notícias de lá... É só quem sobe, quem desce, não há dúvida!... Não censuro um cronista mundano que se preocupa com quem sobe, mas com quem desce! Não é lá muito do seu ofício; deixe isso para a irmã Paula.. E não é só isso! O pior é que são notícias iguais às de qualquer lugar, vulgares, chatas... Que pobreza!...
— Que espécie de notícias queria o senhor?
— Eu?
— Escândalos mundanos?
— Qual! É vulgar! Queria reformas, revoluções, inversões nos valores chies.
— Como?
— Imagina tu que um ousado filósofo do Manual da Civilidade — espécie zoológica que deve florescer na bela cidade da serra — lembra-se de inverter o consagrado no DONT; e que, aceitando as suas audazes ideias, a sociedade petropolitana obriga a nos vir dizer, com grave escândalo para a Cidade Nova e Catumbi, a seguinte delícia: agora, em Petrópolis, come-se com a faca, e os casamentos são feitos em pijama. Oh! gozo! Demais, tudo tem sido invertido, baralhado, passado do branco para o preto, só o savoir vivre mantém-se no mesmo!...