Vidas Seccas
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lhor a repetição das palavras. Altercaria com o irmão procurando interpretal-as. Brigaria por causa das palavras — e a sua convicção encorparia. Fabiano devia tel-as repetido. Não. Apparecera uma variante, o heroe tinha-se tornado humano e contradictorio. O menino mais velho recordou-se dum brinquedo antigo, presente de seu Thomaz da bolandeira. Fechou os olhos, reabriu-os, somnolento. O ar que entrava pelas rachas das paredes esfriava-lhe uma perna, um braço, todo o lado direito. Virou-se, os pedaços de Fabiano sumiram-se. O brinquedo se quebrara, o pequeno entristecera vendo as peças inuteis. Lembrou-se dos curraes feitos de seixos miudos, sob as catingueiras. Agora a lagoa estava cheia, tinha coberto os curraes que elle construira. O barreiro tambem se enchera, attingia a parede da cozinha, as aguas delle juntavam-se ás da lagoa. Para ir ao quintal onde havia craveiros e panellas de losna, sinha Victoria sahia pela porta da frente, descia o copiar e atravessava a porteira da barahuna. Atraz da casa as cercas, o pé de turco e as catingueiras estavam dentro d’agua. As gotteiras pingavam, os chocalhos das vaccas tiniam,