A vida na fazenda se tornara difficil. Sinha Victoria benzia-se tremendo, manejava o rosario, mexia os beiços franzidos rezando rezas desesperadas. Encolhido no banco do copiar, Fabiano espiava a catinga amarella, onde as folhas seccas se pulverizavam, trituradas pelos redemoinhos, e os garranchos se torciam, negros, torrados. No ceo azul as ultimas arribações tinham desapparecido. Pouco a pouco os bichos se finavam, devorados pelo carrapato. E Fabiano resistia, pedindo a Deus um milagre.

Mas quando a fazenda se despovoou, viu que tudo estava perdido, combinou a viagem com a mulher, matou o bezerro morrinhento que possuiam, salgou a carne, largou-se com a familia, sem se despedir do amo. Não poderia nunca liquidar aquella divida exaggerada. Só lhe restava jogar-se ao mundo, como negro fugido.