O diabo tocou o buzo,
Mil diabos vieram armados...
O nova-seita apitou,
Vieram seis mil condemnados,
Feiticeiros, nova-seitas
E tres mil amancebados.

O diabo, então, quando viu
Essa horrenda bateria,
A força dos condemnados
Que em cima delle investia,
Dava a filha em casamento
Ou, com certeza, morria.

A diabona, mãe da noiva,
Soccou-se nesse barulho,
Disse á filha: — “ô atrevida,
Queres servir de basculho?
Pança de besta amojada,
Damna-te daqui, entulho!”

Nisto, chega Satanaz
Que é chamado Lucifér:
— “Que diabo de briga é esta
Entre homem e mulher?
Um diz ”Casa”, outro “Não casa!”,
Um diz “Quer!”, outro “Não quer”.

Disse o demonio: — “Sou eu
Que aqui tenho esta donzella
Que, por força, quer casar
Com esse papa-ramela...
Não querem dar a razão
A mim, que fico sem ella.”

Disse assim o nova-seita:
— “Eu estou bem satisfeito...
Entrego á vossa clemencia