Que faz tudo no direito:
Eu me ponho a séu dispor,
O que fizer dou por feito!”

Satanaz disse: — “Eu desejo
Tudo direito e acalmado:
Arrumem logo esse frêvo
Que eu vejo desarrumado...
Olhe: quem tem moça em casa
Deve ter muito cuidado!”

O diabo, cheio de raiva:
— “Eu não posso arrumar nada,
Porque o escrivão do civel
Está de mão aleijada,
A noiva núa, e o cão côxo
Está com a loja fechada...”

Enviuvou um demonio
E a mulher tinha deixado
Um bom vestido e um sapato
Já todo desabrochado:
A diabona, mãe da noiva,
Comprou tudinho fiado.

A diaba vestiu a filha,
Não tinha véo nem camisa,
Pois decencia lá no inferno
E’ uma coisa que horroriza,
Lucifér disse: — “Está bom!
Mesmo melhor não precisa...”

E disse, então, para o noivo:
— “Sois um grande condemnado!
A tua seita na terra
Foi muito do meu agrado,
Mas te baptiso de novo
Pois não estás baptisado.”