Jorge enfiou a rédea no braço e colocou-se ao lado dela; Iaiá tomou-lhe afoitamente o outro braço.
— Vá, conte-me tudo.
— O Procópio Dias embarcou hoje.
Iaiá, que já havia dado os primeiros passos, estacou.
— Para onde? disse.
Para o Rio da Prata; morreu-lhe um irmão em Buenos Aires.
— Mas sem se despedir de nós!
— Naturalmente, custava-lhe fazê-lo, e quis poupar-se à dor da separação. Esteve porém comigo, e prometeu-me que a demora seria curta. Vi-o muito aflito com a viajem, tão aflito que não sei se lhe diga que era... era, decerto, era maior a dor da viagem do que a da morte do irmão. Talvez lhe faça injúria nisto, mas parecia.
— Por quê? perguntou a moça erguendo os olhos para ele.
— Não sei se lhe deva dizer por que, acudiu Jorge. E daí, não se tratando de nenhuma coisa do outro mundo... É verdade que as moças bonitas, como a senhora, costumam ser cruéis... Não sei... Há situações um pouco...
— Ridículas, concluiu Iaiá.