sol para o céu: — Talvez por culpa daquele, disse ela suspirando.

Após o suspiro, veio uma risadinha seca e forçada, mas longa ainda assim como o som de um golpe de cristal. Tinham andado poucos minutos e esses poucos eram já de sobra para espertar a curiosidade de Jorge, e para lhe dar direito a pedir uma explicação. Jorge pediu-lha em termos afetuosos, perguntando por que razão era o céu culpado em uma guerra que devia romper entre ambos, e sobretudo qual seria o pretexto dessa guerra. Iaiá refletiu um instante, e começou a falar com os olhos baixos.

— O motivo é o senhor mesmo, disse ela.

— Eu?

— O senhor, que é meu inimigo, que me detesta. Não me dirá que mal lhe fiz eu? continuou ela erguendo subitamente os olhos. Escusa fazer esse gesto de espanto; sei que o senhor me detesta, e por mais que pergunte a mim mesma — não sei, não me recordo... Diga, fale com franqueza.

— Tanto melhor! exclamou Jorge. Vejo que havia entre nós um equívoco e é chegada a ocasião de o desfazer. Quer que lhe fale com franqueza? O inimigo não sou eu, é a senhora; é a senhora, ou antes, era ou parecia ser. Agora compreendo; retribuía-