— Há muitos, não; conheço-o desde o Paraguai.

— Acha que eu fazia bem em me casar com ele?

— Bem ou mal, conforme o amor que lhe tiver. Esse é o ponto necessário, e em meu conceito, o ponto duvidoso. Receio que a senhora o não ame deveras; já tive ocasião de o dizer.

— Preciso de alguns esclarecimentos. O senhor amou decerto alguma vez...

— Nunca.

— Nunca? Nunca teve um amor, um só que fosse? Não creio. Um coronel! Nada; não creio; só se me jurasse; era capaz de jurar?

— Juro.

— Em nome de sua mãe? concluiu ela fitando-lhe uns olhos cuja expressão imperativa contrastava com o tom submisso da palavra.

Jorge hesitou um instante. Tinha cepticismo bastante para proferir uma fórmula vaga de juramento; mas recuou diante da fórmula positiva. Hesitou e ladeou a pergunta.

— Esse nome resume justamente o meu único amor, disse ele; amei a minha mãe.

Iaiá sorriu com ar de dúvida; depois olhou para ele comovida. — Eu amo meu pai, redargüiu ela; nossos corações podem entender-se.