— Assim, não; não quero que a aceites sem vontade; hás de aceitá-lo com amor... porque eu não creio que não tenhas coração; é faceirice de moça bonita. Deixa ver, — continuou a viúva colocando-lhe a mão no peito; — tens, oh! tens um coração que parece querer despedaçar-te o peito. Estela, tu estás doente!

— Que idéia! exclamou a moça rindo. Se eu vendo saúde! Não estou doente, estou comovida. Tratemos do noivo. Não me peça que o ame apaixonadamente, porque eu não nasci para isso. Minha natureza é fria. Mas um pouco de estima, certo interesse...

— Justo: a semente do amor. O tempo se encarregará de fazer a árvore.

Durante três meses não falaram no assunto. No fim desse tempo, tendo Valéria descido de Santa Teresa, Estela foi passar algumas semanas na rua dos Inválidos. — Ainda nada? perguntou a viúva logo que a viu. — Coisa nenhuma, foi a resposta. Dada a situação de uma e outra, não era fácil a Valéria encontrar-lhe o noivo desejado a menos de o designar a própria noiva, e essa era a mais improvável de todas as hipóteses.

Entretanto, a convivência fez renascer entre ambas alguns dos hábitos antigos. Valéria tornou a sentir a