Poesias offerecidas ás senhoras Portuenses/Alceo e Armia
Alceo a Armia.
Longe de ti um só dia,
Soffro amarga saudade ;
Que fará se nos separa
Uma vez a eternidade!,.
S'eu morrer, na minha campa
Vai, Armia, suspirar;
Vai dizer, que inda me ámas,
Que nunca me has-de olvidar;
Que jamais um outro amor
O teu peito acolherá,
Que de saudades, e pranto
Teu coração viverá.
Envolta em veo luctuoso,
A's galas despreso lança;
Busca só a triste campa
Onde o teu Alceo descança.
Ao dizeres, que inda me amas,
Meu corpo se animará,
E d'amor a chamma ardente
O meu peito abrazará!
A tua angelica voz,
No meu tumulo ecchoerá,
E lá d'esse somno eterno
Suave me acordará!
Jura, Armia. de ser minha
Mesmo além da eternidade!..
Sem teu amor não terei,
Nem no Céo felicidade!