Por cousas que nam tem cura
ey por moor desaventara
qualquer dita que me vem;
nem desejo nenhum bem
por nam veer cam pouco dura.
Ditoso de quem vyver
lyvre, fora d'esperança,
dyguo eu sem no saber,
coytado, de quem alcança
ganhala para a perder.
Poys tudo tam pouco dura.
seguro, que nam segura,
nam no quero de ninguem,
nem desejo nenhum bem
com despreços de mestura.