E Demócrito[1] foi um discípulo de Lêucipo, filho de Damásipo, nativo de Abdera[2], tendo contato com vários gimnosofistas[3] indianos, com sacerdotes egípcios e com astrólogos e mágicos na Babilônia. Ele fez afirmações parecidas com as de Lêucipo, em relação aos elementos, isto é, plenitude e vácuo, denominando a plenitude de “entidade” e o vácuo de “não-entidade”; e isto ele afirmou com base no fato de que existem coisas se movimentando continuamente no vácuo. Ele acreditava que mundos fossem infinitos, e variavam em tamanho; e que em alguns não há nem sol nem lua, enquanto que em outros eram maiores do que o nosso, e outros mais populosos. E que os intervalos entre os mundos não são iguais; um quarto deles é mais populoso, e os outros menos; e que alguns deles aumentam em tamanho, e outros aumentam até alcançar o tamanho máximo, enquanto que outros definham, sendo que em quarto deles está nascendo, enquanto que em outro está terminando; eles também estão se destruindo em colisões um com o outro. E que alguns mundos são destituídos de animais ou plantas, e toda espécie de umidade. E que a terra do nosso mundo foi criada antes das estrelas, e que a Lua está por baixo; próximo (a ela) o Sol, e as estrelas fixas. E que (nem) os planetas nem estas (estrelas fixas) estão na mesma altitude. E que o mundo floresce, até não poder suportar. Esse (filósofo) levou tudo ao ridículo, como se todas as preocupações de humanidade fosse risíveis.

Notas editar

  1. Morreu nos seus 109 anos, 361 a.C.
  2. Ou "Audera".
  3. NT: Antiga seita hindu cujos adeptos tinha o costume de andar sem roupas.