Se com desprezos, Nympha, te parece
Que podes desviar do seu cuidado
Hum coração constante, que se offrece
A ter por gloria o ser atormentado.
Deixa a tua porfia, e reconhece
Que mal sabes de amor desenganado;
Pois não sentes, nem vês que em teu mal crece,
Crescendo em mi de ti mais desamado.
O esquivo desamor, com que me tratas,
Converte em piedade, se não queres
Que cresça o meu querer, e o teu desgosto.
Vencer-me com cruezas nunca esperes:
Bem me podes matar, e bem me matas;
Mas sempre ha de viver meu presupposto.