Nascido na cidade de Sant’Anna do Livramento, Rio Grande do Sul, a 24 de setembro de 1880. Jornalista na cidade do Rio de Janeiro.
Dos teus olhos azues a serena tristeza,
— Tristeza que suavisa o olhar dos exilados —
Lembra, n’uma região erma do polo — a frieza
E a immota placidez de dois lagos gelados.
Suggerem-me o esplendor de mundos encantados
Esses olhos azues, onde a lagrima accesa
Resplandece, aureolando em clarões desolados,
Do teu rosto de estatua a marmorea belleza.
Lagos espirituaes onde a espuma não rola,
Espelhos reflectindo almas de sonhos mortos,
Lavados de um luar de inverno, que os desola!...
Ó dona de olhos taes, rasgados em velludo,
Que procuras no céo, que os trazes sempre absortos,
Vitreos, fitando o azul esplendoroso e mudo?!
Esta obra entrou em domínio público pela lei 9610 de 1998, Título III, Art. 41.
Caso seja uma obra publicada pela primeira vez entre 1929 e 1977 certamente não estará em domínio público nos Estados Unidos da América.