A
Sua Majestade a Senhora D. Isabel
Senhora! Quando não foreis, por direito de
legitimidade, a Imperatriz dos Brasileiros,
caber-vos-hia o titulo que ora vos attribuimos,
porque á majestade do nascimento e da lei reunis
o da benemerencia, que vos fez acclamar Redemptora de meio milhão de compatriotas.
A offerta que hoje vos fazemos, Senhora, é valiosissima, porque não tem de nossa mesquinhez sinão o trabalho de colligir e expôr à luz meridiana sete bellissimas composições d’Aquelle que foi vosso Pae, nosso Imperador, e cuja sacrilega deposição encetou para o Brasil uma era de ruinas e opprobrios infelizmente ainda não concluida.
Dignae-vos Senhora, de acceitar esta homenagem no espirito que nol a dictou, pedindo-vos humilde excusa do anonymato, que é para nós segurança de vida n’uma quadra em que á imprensa responde o punhal assassino e o facho incendiario.
Senhora! Deante de vossas virtudes, do vosso heroico feito e do vosso immerecido infortunio, para beijar-vos a mão respeitoso curvamos a fronte, que temos conservado erguida em frente da usurpação.
Rio, 1.º de Outubro de 1898, 67.º do Imperio e 9.º do grande crime.
Um Brasileiro