III

Janeiro 1872.

Louvemos a Providência em humilde atitude: o Índia podia não ter fundo!

Mas não, o Índia é o nosso glorioso vaso, conhece o brasão heróico que usa, compreende a responsabilidade que arvora, vê que lhe cumpre sustentar o nome da

Lusitânia, e portanto o Índia, com uma moderação que nos comove até às lágrimas, o

índia — mete apenas cinco polegadas de água por dia!

E todavia o Índia podia — quem lho impediria? quem ousaria coibir-lhe a nobre vontade? — o Índia poderia não ter casco! O Índia poderia não ter costado!

Mas não! o Índia sabe os deveres de todo o honrado transporte de guerra para com a Pátria que o emprega. O índia — limita-se a meter apenas cinco polegadas de água por dia!

O Índia, o melhor navio que temos, o navio novo, expressamente feito para uso do

País, comprado com madura reflexão, examinado com escrupulosa ciência, glória da nossa marinha, defesa das nossas colónias, garantia da nossa honra, o índia, que sábias comissões aprovaram, que uma recta imprensa exaltou, que professores da escola normal celebraram, que custou muitas mil libras, que é novo, perfeito, impecável, o

Índia — mete apenas cinco polegadas de água por dia!