Vi-te crescer! tu eras a criança
Mais linda, mais gentil, mais delicada:
Tinhas no rosto as cores da alvorada
E o sol disperso pela loira trança.
Asas tinhas também, as da esperança...
E de tal sorte eras sutil e alada
Que parecias ave arrebatada
Na luz do Espaço onde a razão descansa!
Depois, então, fizeste-te menina,
Visão de amor, puríssima, divina,
Perante a qual ainda hoje me ajoelho.
Cresceste mais! És bela e moça agora...
Mas eu, que acompanhei toda essa aurora,
Sinto bem quanto estou ficando velho.