Colloca-se o camarão secco num vaso com agua quente para facilitar o desprendimento das escamas, e põe-se o bacalhau a ferver. Retirado este do fogo, cata-se, isto é, tiram-se as espinhas, pelle, e piza-se no pilão, como se pratica depois com os camarões.
Isto posto, misturam-se as duas substancias assim trituradas com os seguintes temperos: cebola, pimenta do reino em pó, alho, tomate, coentro, vinagre, leite grosso de coco e azeite doce. Os temperos são machucados num prato, á parte, e depois é que são addicionados e revolvidos com a massa do camarão e bacalhau.
Leva-se tudo ao fogo numa frigideira para ferver até seccar a parte liquida.
Batem-se os ovos, cuja quantidade depende da grandeza da frigideira, e a elles se acerescenta uma colher de farinha de trigo, depois de batidos.
Parte dos ovos assim batidos é misturada com a massa da frigideira, já temperada e esta é nivelada com uma colher grande para receber, em seguida, rodas de cebola, com uma azeitona no centro de cada uma, e finalmente despeja-se a outra parte dos ovos batidos, e leva-se ao forno, para corar. Em falta de forno, deitam-se brazas em uma bandeija de folha de Flandres e com ella cobre-se a frigideira para tomar côr e, para que o calôr sobre a parte superior não diminua a espessura da frigideira, convem que seja ella collocada sobre fogo muito brando, emquanto mantem a temperatura na parte inferior. No caso de ser o bacalhau substituido pelo lagostim, passa este pelo mesmo processo daquelle.
Na frigideira da castanha verde do cajú, esta substitue o bacalhau. Para esse fim, retira-se a amendoa da castanha, ferve-se para desprendel-a da pelicula que a envolve e machuca-se para mistural-a com o camarão pisado. Em tudo o mais se observa o processo da frigideira de camarões.
Outra frigideira, muito apreciada, é a do palmito do dendezeiro, cortado em pedaços miudos e levados ao fogo até se tornar de fácil diluição e cuja massa é misturada com o camarão pisado.