Diccionario Bibliographico Brazileiro/Joaquim Maria Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis — Filho de Francisco José de Assis e dona Maria Leopoldina Machado de Assis, nasceu no Rio de Janeiro a 21 de junho de 1839. Vocação decidida para as lettras, exercendo a arte typographica na imprensa nacional, onde serviu de 1856 a 1858, deixou-a para só dedicar-se às lettras. Já vantajosamente conhecido como distincto litterato, foi na reforma da secretaria da agricultura, commercio e obras publicas em 1873, nomeado primeiro official nesta secretaria, hoje da industria, viação e obras publicas, onde exerce actualmente o cargo de director da directoria do commercio, tendo em 1878 feito parte da commissão incumbida de organisar a reforma da legislação das terras. Em 1872 foi tambem nomeado para a commissão encarregada de organisar o diccionario technico da marinha. É membro do Conservatório dramático, de varias associçôes de lettras; e official da ordem da Roza. Escreveu :

Queda que as mulheres teem para os tolos. Traducção do francez. Rio de Janeiro, 1861, 43 pags. in-16°.

Noticia da actual litteratura brazileira — No Novo Mundo, de março de 1873.

Hygiene para uso dos mestre-escolas pelo Dr. Gallard. Rio de Janeiro, 1873, 83 pags. in-8° — São quatro conferencias com iluminação do que, sendo privativo á França, não podia adaptar-se ao Brazil e foram antes publicadas na revista A Instrucção publica.

Ministério da Agricultura. Terras: compillação para estudo. Rio Janeiro, 1886.

Desencantos: phantasia dramática. Rio de Janeiro, 1861, 76 pags. in-8°.

Theatro de Machado de Assis. Volume I. Rio de Janeiro, 1863, VIII-85 pags. in-8° — Contém este volume: O caminho da porta, comedia em um acto, representada pela primeira vez no Atheneo dramatico em setembro de 1862, e O protocollo, comedia em um acto, representada no mesmo theatro em novembro do dito anno. É precedido de uma carta de Quintino Bacayuva.

Quasi ministro: comedia em um acto — Foi publicada no Almanak illustrado da Semana Illustrada para 1864. Rio de Janeiro, 1864, de pags. 9 a 33, e depois em volume, segundo penso, em 1865.

Os deuses de casaca: comedia em um acto com um prólogo e um epilogo em verso alexandrino, representada pela primeira vez a 28 de dezembro de 1865 na sociedade Arcadia Fluminense. Rio fie Janeiro, 1866, VIII-59 pags. in-8° — É offerecida ao conselheiro J. F. de Castilho, fundador e presidente desta sociedade.

Tu, so tu, puro amor: comedia em um acto. Rio de Janeiro, 1881, VII-71 pags. in-8° — Foi escripta especialmente e representada por occasião do tricentenario de Camões. Della se fez uma edição nitida de cem exemplares numerados. Foi publicada antes na «Revista brazileira», volume 5°, 1880, pags. 31 a 70. Chrysalidas: poesias com um prefacio do Dr. Caetano Filgueiras. Rio de Janeiro, 1864, 178 pags. in-8º.

Phalenas: poesias. Paris (1870) 216 pags. in-8º — Entre os juisos criticos, publicados acerca deste livro, está o do dr. Tristão de Alencar Araripe na Gazeta de Noticias de 12 de janeiro de 1892.

Americanas: poesias. Rio de Janeiro, 1875, 219 pags. in-8º.

A derradeira affronta: poesia publicada no livro — «Marquez de Pombal, obra commemorativa do centenário de sua morte, mandada publicar pelo Club de regatas guanabarense, Lisbôa, 1885» parte 2ª, de pags. 21 a 30.

Os trabalhadores do mar, por Hugo. Rio de Janeiro, 1866, três vols. de 230, 232 e 202 pags. in-8º — É um romance traduzido para o Diário do Rio de Janeiro, onde foi primeiramente publicado desde 16 de março deste anno, ao mesmo tempo que se publicava a obra em Paris, e quando outra traducção se fazia em Lisboa.

Contos fluminenses: Miss Dollar, Luiz Saus, A mulher de preto, O segredo de Augusta, Confissão de uma moça, Frei Simão, Linhas rectas e linhas curvas. Paris (sem data), 375 pags. in-8º.

Resurreição: romance. Rio de Janeiro (1872), 245 pags. in-8º.

Helena: romance. Rio de Janeiro (sem data) 330 pags. in-8º — Sahiu antes em folhetim no periódico o Globo.

Historias da meia noite. Rio de Janeiro, 1873, 235 pags. in-8 e .

Yayá Garcia: romance. Rio de Janeiro — Foi publicado primeiramente no Cruzeiro em 1878 e foi o primeiro romance nesta folha publicado.

Memórias posthumas de Braz Cubas. Rio de Janeiro, 1881, 396 pags. in-8º — Foram dadas á publicidade antes na Revista Brazileira, 1880, vol.. 3 o , pag. 353 ; vol. 4º, pags. 5, 95, 165, 233 e 295; vol. 5º, pags. 5, 125, 195, 253, 391 e 451, e vol. 6º, pags. 5, 89,193, 357 e429.

Papeis avulsos. Rio de Janeiro, 1882, 303 pags. in-8º — São doze contos.

Historias sem data. Rio de Janeiro, 1834, 279 pags. in-8º — São pequenas historias ou contos, a saber: A igreja do diabo, O lapso, Ultimo capitulo, Cantiga de esponsàes, Uma senhora, Singular occurencia, Fulano, Capitulo dos chapéus, Galeria posthuma, Conto alexandrino, Primas de Sapucaia, Anedocta pecuniária, A segunda vida, Ex-cathedra, Manuscripto de um sachristão, As academias de Sião, Noite de almirante e A senhora do Galvão. Quasi todas estas historietas foram antes publicadas na Gazeta de Noticias e o livro faz parte da collecção da Bibliotheca universal.

A mão e a luva: romance. Rio de Janeiro, in-8º.

Quincas Borba. Rio de Janeiro, 1890 — Sahiu antes na Estação, jornal de modas, em muitos numeros.

Varias historias. Rio de Janeiro, 1895 — São varios contos, dos quaes o Jornal do Brazil de 27 de outubro deste anno dá noticia dos cinco primeiros, a saber: A cartomante, Entre Santos, Uns braços, Um homem celebre, A causa secreta.


Além das peças para theatro, que deixei mencionadas, ha outras que não foram publicadas, tanto originaes, como traduzidas, entre as quaes se contam:

As bodas de Joanninha: zarzuela em um acto, cantada pela primeira vez na opera nacional em 1861.

Os descontentes: comedia de Racine

Pipelet: comedia em tres actos.

O barbeiro de Sevilha: comedia de Beaumarchais, em quatro actos. 1866,

O anjo da meia noite: comedia, 1866.

O supplicio de uma mulher: drama em tres actos, de E. Girardin, 1866 — Num de seus folhetins no Diario do Rio de Janeiro o traductor faz o historico desta peça e das controversias que ella suscitou na França.

Montjoye: comedia de Octavio Feuillet.

A família Benoiton: comedia em cinco actos de Victoriano Sardou, representada pela primeira vez no Gymnasio dramatico a 2 de maio de 1867.

Não consultes medico: comedia representada no Cassino Fluminense.

— Collaborou para varios periodicos e revistas, como a Marmota Fluminense, o Futuro, a Gazeta de Noticias, o Cruzeiro onde escreveu folhetins com o pseudonymo Eleasar, a Semana Illustrada, o Archivo Popular e a Illustração Brazileira onde escreveu as Chronicas quinzenaes, assignadas por Manassé. Fez, finalmente, parte da redacção do Diário do Rio de Janeiro, e redigiú:

O Espelho: folha periodica, politica e critica dos theatros. Rio de Janeiro, 1870, in-fol.