ATOMISMO → Filosofia → Ciência → Einstein
A palavra "átomo" vem do prefixo grego a- (negação) + tomos (parte): literalmente significa "o que não tem partes", o indivisível. Segundo a doutrina filosófico-cosmológica antiga, apresentada por Demócrito, Epicuro e Lucrécio, o universo é formado por partículas indivisíveis que se combinam de uma forma fortuita. A suposição (que hoje se tornou uma verdade científica) era de que os processos químicos não podem ser explicados sem que se admita uma substância constituída de partículas que, nas reações em cadeias, funcionam como se fossem indivisíveis, capazes de associarem-se ou substituírem-se umas por outras, sem sofrerem modificações essenciais. Efetivamente, qualquer reação só pode dar-se pelo choque entre alguns elementos invariáveis, combinados com outros variáveis. Chegamos ao início do séc. XIX e o físico e químico inglês, John Dalton (1766–1844), estudando as substâncias gasosas, convalidou a antiga teoria atômica sobre a constituição da matéria, promulgando a lei das "Proporções Múltiplas", também chamada lei da "Mistura dos Gases", apoiada em quatro hipóteses:
- 1) Toda forma de matéria é constituída por átomos, sendo estes indivisíveis e inalteráveis;
- 2) Na mesma substância, os átomos são todos iguais;
- 3) Os átomos de diferentes elementos se distinguem pela massa e por outras particularidades;
- 4) As transformações químicas acontecem pela conjunção e pela separação dos átomos entre si.
Só em 1897, o cientista J.J. Thompson conseguiu descobrir, experimentalmente, que também o átomo é divisível, pois composto por um núcleo positivo, que contém nêutrons e prótons, cercado por elétrons. Numa órbita estacionária, o elétron não irradia energia alguma, assegurando a estabilidade do átomo. A emissão ou a absorção de energia é dada por um "salto" do elétron de uma órbita para outra. Chegamos, assim, com Einstein, à formulação da "teoria quântica": a quantificação da energia está relacionada com os elétrons em seu "estado estacionário". Atualmente, o átomo é concebido como um "estado ligado" de um sistema de partículas fundamentais (um núcleo de uma carga positiva + um número de elétrons), que precisa de energia para ser dissociado e produzir, por sua vez, uma outra energia de grande potência. As reações liberadas pela explosão de núcleos de material leve produzem energia para fins pacíficos; já as reações de fissão de núcleos pesados (urânio ou plutônio) podem servir de espoleta para detonar bombas de hidrogênio, de alta potência destrutiva. No dia 6 de agosto de 1945, os americanos lançaram a primeira bomba atômica sobre Hiroshima e, três dias depois, outro objeto nuclear sobre outra cidade japonesa, Nagasaki, para pôr fim à Segunda Guerra Mundial. As duas cidades japonesas foram reduzidas a escombros, causando uma centena de milhares de mortos e a devastação das regiões próximas à irradiação atômica. Se, de um lado, a descoberta da força nuclear da matéria contribuiu muito para o progresso da ciência, proporcionando ao homem uma energia alternativa, de incalculável benefício, de outro lado, seu uso bélico e o perigo de explosões incontroladas não deixam de ser um malefício. Haja visto o desastre de Chernobyl, em 1986: a explosão, por falha humana, de um dos quatro reatores da usina atômica da Ucrânia, levantou uma vasta nuvem radioativa sobre todo o centro-sul da Europa, matando 35 pessoas e danificando a saúde de aproximadamente cinco milhões de seres humanos.