GREGORIANO (Música, Canto, Calendário) → Medievalismo

O termo "gregoriano" está relacionado a vários santos e papas homônimos. Os mais importantes para a cultura ocidental foram São Gregório I, o Grande (540–604), e Gregório XIII (1502–1585). Os dois foram papas. O primeiro se tornou famoso pela reorganização disciplinar e litúrgica da Igreja Romana, instituindo o "cantochão", também chamado de canto gregoriano, música composta sobre textos litúrgicos latinos, que era tocada nos cultos católicos durante a Baixa Idade Média (→ Medievalismo), chegando ao apogeu no séc. X. Este canto tradicional do Catolicismo é pura melodia, homofônica e de ritmo livre, sugerida pela articulação das palavras em seus acentos tônicos. Já o nome do papa Gregório XIII está ligado à reforma do calendário, acontecida em 1582. Antes, existia o calendário "juliano", da família Júlia, pois os imperadores romanos Júlio César e César Augusto foram homenageados, emprestando seus nomes a dois meses: julho (de Júlio) e agosto (de Augustus). Para os romanos, o ano começava em março, de Marte, deus da guerra e fevereiro era o último mês do ano, por isso é o mais curto, tendo 28 dias, com exceção de quando é bissexto: de quatro em quatro anos, fevereiro tem 29 dias. A explicação científica é que a translação (o movimento da terra ao redor do Sol) ocorre ao longo de 365 dias e seis horas. Atualmente, o ano civil começa em janeiro (januarius, de Jano, o deus latino de duas faces, indicando o início e o fim, o presente e o passado), enquanto o ano litúrgico tem início variável, pois depende da lua cheia do mês judaico de "nisan" que corresponde, aproximadamente, ao mês de abril do calendário romano, quando acontece a Páscoa. Para o povo judeu (→ Judaísmo), a semana é mais importante do que o mês para a contagem do tempo. A semana bíblica é intocável, daí a dificuldade de integrar as semanas com os meses de forma que, em todos os anos, os dias da semana coincidissem sempre com os mesmos dias dos meses.