JORGE Amado (o folclore da Bahia) → Romance


Para mim, o sexo sempre foi uma festa.
Aos 82 anos, a festa é muito diferente do que era aos 20, aos 50, mesmo aos 60:
é uma festa que é feita da experiência, do refinamento.

Os estudiosos da biografia do romancista baiano Jorge Amado (1912–2001) costumam distinguir uma primeira fase em que, ligado ao Partido Comunista Brasileiro, fazia propaganda política e lia a literatura proletária da União Soviética. Frutos dessa adesão são os romances comprometidos com a ideologia marxista Os subterrâneos da liberdade, O cavaleiro da esperança e O mundo da paz. Mas, bem cedo, o escritor baiano se acomoda à nova realidade política brasileira, pondo seu veio poético a serviço da descrição do pitoresco, do típico, do regional, do sentimental, do sensual, fazendo concessões à censura e ao público e tornando-se, com Érico Veríssimo, o romancista mais lido, mais traduzido, mais televisionado e mais cinematografado. Desta segunda fase destacamos: Gabriela, cravo e canela (1958), Dona Flor e seus dois maridos (1966), Tieta do Agreste (1977). Seu pensamento sobre a prática da sexualidade, citado na epígrafe, demonstra um traço autobiográfico presente nas melhores personagens por ele criadas.